Os cidadãos têm direito à opinião e são livres de a expressar é um direito inalienável, um de outros, como a própria Autonomia Regional, que a Revolução de Abril possibilitou e que a Constituição da República consagrou.
Há, no entanto, quem a exprima sem fundamento mas, desde que não fira os
direitos ou coloque em causa o nome e honra de quem visam com a sua opinião,
ainda que não seja muito apropriado, até compreendo. No fundo isso reflete a
sociedade que temos e, sobretudo, a formação e a educação que nos é dada, quer
em casa quer no sistema de ensino.
Mas a opinião nem sempre é fruto do desconhecimento, corre por aí muita
opinião que não resulta da ignorância mas sim da má-fé e, quando assim acontece
a opinião assume contornos de alguma gravidade, aumentando quando é proferida
por cidadãos que, suponho, deveriam estar bem informados, como sejam: um tal
professor/empresário, um jornalista que até assume o cargo de subdiretor de um
jornal micaelense, ou de um ex-deputado/professor/filósofo.
Será que estes cidadãos não sabem:
1.º Que os ajustes diretos não carecem de concurso público, por alguma
razão se designam por “ajuste direto”;
2.º Que os contratos deste tipo não carecem de publicação no Jornal
Oficial, é bastante a publicação na BEPA.
É claro que as dúvidas não se dissipam mas devem então alargar-se a todos
os contratos por ajuste direto, sobre todos eles se podem instalar dúvidas.
Porquê só o meu veio causar tanta polémica!? Todos sabemos a resposta, mesmo
estes sábios cidadãos a que me referi, aliás será que sobre os apoios públicos
dados à empresa do empresário/professor suscitam dúvidas!? Ou será que este
professor/empresário sente a sua opinião condicionada por receber auxílios dos
programas de apoio às empresas do setor privado!? Julgo que não até porque a
sua simpatia partidária e ideológica é, sobejamente, conhecida.
Quanto ao jornalista e subdiretor, então a esse é indesculpável pois,
melhor seria que a sua opinião resultasse da ignorância! Não, neste caso, a
opinião é mesmo má-fé. O que vindo de um católico confesso é, no mínimo, uma
imoralidade. Isto para além de se saber que o “seu” jornal também recebe apoios
públicos, seja por via do PROMEDIA, seja por via da publicidade institucional,
apoios sem os quais este e outros títulos da imprensa regional não
sobreviveriam. O que, sinceramente, não desejo pois considero que a comunicação
social é essencial à democracia e que numa sociedade com as caraterísticas que
a nossa tem ela torna-se ainda mais importante. Julgo é que nem os jornais nem
os jornalistas se sentem condicionados no exercício da sua missão por as suas
empresas receberem apoios públicos.
Quanto ao ex-deputado/professor/filósofo, nem sei o que verbalizar pois
sempre me disseram que era boa pessoa, inteligente e bem-humorado, alguma coisa
se deve ter passado para de repente ter assumido esta cega “missão”. Mas vou
procurar saber.
Se me sinto habilitado a desempenhar a função para que fui contratado e
“descontratado”!? Claro que sim até porque integrava um grupo de trabalho
constituído para operacionalizar o Plano Integrado de Transportes, e os
transportes aéreos são uma parte essencial desse plano, e, quer se queira quer
não a minha formação é na área dos transportes aéreos. Se o que quero é
trabalhar numa repartição pública!? Não.
O que quero é voar, quero e posso fazê-lo em qualquer parte do Mundo e é
para fora da terra onde nasci e cresci que me estão a empurrar, como de uma
forma ou outra empurram muitos outros jovens açorianos. Pois que seja!
Ponta Delgada, 24 de Abril de 2014
João MF Pires
Palavaras Sábias e bonitas, contudo é uma facto que alguém pôs a "pata na poça". Ora vejamos: Se tudo fosse transparente e dentro da legalidade não haveria necessidade da intervenção do Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores ao colocar um travão na sua colocação. Porque o terá feito? Tratava-se de um ajuste directo? Certo? Logo, o Sr. Presidente do Governo Regional doa Açores ao impedir a sua prestação de serviços está a dizer aos Açoreanos e Açoreanas que houve ilegalidade nesse processo. Estarei certo, ou errado? Fica a dúvida no ar.
ResponderEliminarMeu caro, olhe e deixe-me que lhe diga que até deveria tentar arranjar emprego na área da comunicação uma vez que, o seu Post está muito bem escrtrito e redigído o que me coloca algumas dúvidas sobre a fonte do mesmo.
E como todos os cidadãos têm direito à opinião e são livres de a expressar, sinto um direito inalienável de expor aqui a minha opinião.
Muitos sucessos e muitas felicidades na sua carreira.
Sílvio Ferreira
Caro Sílvio,
ResponderEliminarNão sei se são sábias e bonitas, são palavras. Palavras que transmitem o que sinto ou pelo menos expressam uma tentativa de aproximação ao que experimentei e experimento.
As leituras que o senhor faz da suposta intervenção do Presidente do Governo Regional, nunca ouvi ou li nenhuma comunicação feita pelo Dr. Vasco Cordeiro sobre o assunto, são tão legítimas como especulativas.
Dúvidas!? Quem as não tem, eu tenho muitas mas não são sobre este assunto, sobre ele só tenho certezas.
Por fim, agradecendo o seu reconhecimento e o seu conselho, gostaria de lhe dizer o seguinte: gosto de escrever, mas não tenho nenhuma vocação jornalística. Comunicação só mesmo a necessária para chegar a cada aeroporto para onde rumo, aliás tenho essa e outras certificações que me habilitam para o desempenho de várias funções.
Quanto a outras dúvidas só lhe posso dizer que cá por casa, conversa-se muito, lê-se muito, escreve-se muito e, mormente, reflete-se muito.
Agradeço o seu comentário e nunca deixe de expressar a sua opinião procurando sempre fundamentá-la fazendo uma coisa que me parece fundamental, cruzar as diferentes fontes de onde se obtém informação, e como por certo já se deu conta nem sempre é nos jornais de “referência”.
Muito boa noite,
João Pires
Caro João. Imagino que o "jornalista e subdirector" seja eu, por isso acho que te devo dizer que no desempenho dessas funções não tenho ideia de ter alguma vez proferido isso de que me acusas - e que, de resto, é uma espécie de minudência. Não sei que jornal o referiu, mas no meu não foi de certeza, incluindo nos artigos de opinião em que abordei o assunto. Tenho muita pena que te tenhas visto envolvido involuntariamente neste imbróglio, em que é a classe política, e não tu, quem é visado. Espero que isto não prejudique o teu futuro e que consigas dar a volta por cima, pois é justo que assim seja. E os Açores não têm culpa do que aconteceu, nem sequer o jornalismo ou todos os que opinaram sobre o assunto. Foi um facto, e o desenvolvimento que teve sugere que a desconfiança que se estabeleceu na opinião pública era legítima. Penso que podes sair de cabeça erguida deste caso se não foste autor de nada, como pessoalmente acho que é o caso. Já em relação aos responsáveis por te terem envolvido nisto, não tenho qualquer pena. Na política não basta parecer sério, tem de se ser!!!
ResponderEliminarCaro Senhor Manuel Moniz,
ResponderEliminarNão me devo ter feito entender. A pessoa a que me refiro não é o Senhor, pelo contrário, o jornal onde exerce funções foi o único que publicou o meu texto com o “Direito de Resposta”, cumprindo integralmente o que prevê a “Lei de Imprensa”. Facto que não tenho de lhe agradecer mas que reconheço e reconheci publicamente num dos posts que publiquei sobre o assunto.
Este post refere-se aos comentários que foram feitos em algumas das páginas do FB, embora não tenha página aberta no FB, tive acesso pelo perfil de alguém que me é muito próximo.
Julgo que fica claro que não é ao Senhor que me refiro e se considerar conveniente pode reproduzir esta resposta no FB. Fica ao seu critério.
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Muito boa tarde.